quinta-feira, 5 de março de 2009

2 criancas dentro de uma caixa de papelao
so os olhinhos pra fora

olhinhos curiosos
medrosos
criancas de rua...
na boca do tunel
Olhinhos brancos de fora
Destrincham o mundo como um resto de frango de padaria

Se um dia uma caixa de papelao proteger criancas de rua entao o mundo nao tera mais criancas de rua se protegendo em caixas de papelao

Enquanto isso de noite nessa mesma cidade eu vivo meu estilo de viver
Gasto minha grana fazendo meu jeito valer

Saio na noite
Gosto de beber
Conversas ousadas
Flertes sao pipas que precisam de vento
Normalmente nao dao em nada

As vezes olho pro alto esperando um contato dele
Mas nao da em nada

Essa cidade eh tao curiosa
Me fez sem precisar de papelao
E fez criancas de rua crescerem na rua
E tantas outras almas com suas curiosidades
Carregando suas sinas visuais
Aos meus olhos naturais

Fico pensando sobre minha pele enrugar, meu pau cair e a barba ficar branca
Enquanto criancas procuram valiosas caixas de papelao
E chamam de casa
Uma casa com pai, mae, lanchinho, amor e carinho
Enquanto eu me preocupo com oq nao consigo nem ao menos entender...

Quero achar algum sentido, fora do cinema, do ar condicionado, do doubly soround sound

Tapa olho de dinheiro

Acho q nao havera sentido
Meu cachorro fede na casa
Nao tenho nem mais vergonha

E na boca do tunel criancas sao assadas