quarta-feira, 27 de julho de 2016

Ele andava. E pensava. No passado. No tempo. No escorrimento dos ponteiros, relógio de olho, buraco de sonho. Ponteiro de pregos, de linguas partidas, ponteiro de cobra domada. Hoje o céu tá lindo, amanha estará tão lindo de tanto estar feio. Ele dançava. Conversava. Enquanto o relógio vesgo, percorria a derme, órgãos e acariciava suas vontades mais profundas. Ah, o mundo, pessoas se vão, liquidificadas por importâncias e banalidades. Ele andava pq era um expectador. Ei, um rato. Já não lhe importava não gostar de ratos. Agora ele gostava dos roedores. Pelúcia da calçada. Amigo rato. O único que o entendia. Achou paz no rato. Fincou sua raiz, quebrou o chão, quebrou cimento, pixe, vazou o esgoto, apagou o poste, pane elétrica, a cidade reclamou mas logo esqueceu. Sol, que horas são?