terça-feira, 11 de maio de 2010

A calma da manha me enche de ar gelado. E por fora um sol lindo aquece o meu corpo, menos os pulmoes, e invade o mundo que se abre na maçaneta da portaria. Abro a janela do onibus pra secar mais rapido o meu cabelo. O sol entra em fatias de bolo recortando as pessoas com suas caras carregadas na caçamba de seus corpos inertes. Me causa uma certa felicidade tranquila, consigo ate esquecer as dores do meu corpo.


Como um relampago calmo me vem a mente o rosto dela. Dela, daquela, quem eh ela? Ja teve tantas caras, agora essa nova carinha meiga me olhando com o sorriso calmo da manha, olhar de preguica, olhar de cheiro de cafe. E seus labios em primeiro plano em slowmotion dizendo: veeemm praa caaa, deeixaa dee serrr boboooo... Penso: boa distracao pra chegar no trabalho. E um aconchego morno me envolve, me sinto um feto novamente.


Levanto, estico as costas, salto do onibus, canto Maria Gadú. Caramba Diogo, vc realmente esta estranho hoje. Penso: vou comer na UFRJ, conversar com o Arthur sobre a visao que tive no onibus. E nao vou responder nenhuma pergunta tecnica. Afinal o dia hj sera de pura sensacao.