segunda-feira, 8 de junho de 2009

Debaixo desse ceu
Meia duzia de ovelhas
Reclamam pasto algo pasta
Nessa vasta mata fechada pequena
As ovelhas querem pastar
E meia duzias de vozes
Cantam o hino da Venezuela
Batem nas grades do Palacio Blanco
Riem alto, sobem nos bancos
Nessa madrugada urgente
Querem eles
Um presente
Um algo que melhore
Querem a voz do presidente
Na sacada do Miraflores

Debaixo desse céu de fumaça
Um grupinho de mulheres ameaça
Um coro forte, um rugido
Que começa
E nao chega a ser sequer zumbido
E sequer estardalhaco

Debaixo do palacio
O grupo se distrai
Com 2 estrelas
E nesse ceu fosco
Reinvidicam em suas vidas
Um bom prato de comida
E um som popular
Algo bom para dançar

Vieram de carretera
Chegaram, exatos, na hora
Do sono do resto do mundo
E comecaram a manifestacao

As vezes latia um cao
E um carro velho passava
E mijava um bebado no chao
E no chao um bebado deitava
As vezes a lider gritava
E o grupo se assustava
As vezes faltava algo
Pq o presidente dormindo estava

Era uma manifestacao pequena
Pedindo melhorias amenas
Eram escravos sem auforria
Perguntando: - Cade a alegria?
- Cade a salvacao?
- Presidente, meu marido nao tem dente
- Me de comida, trabalho nao
- Presidenteeee, sou pobre mas quero ser esnobe…

E suas faixas nao apareciam no escuro
E suas vozes eram sufocadas pelos muros
E entre eles o cheiro de café
- Aqui ninguem pode dormir
- Eh nosso dia, aproveitem
- Eh nossa hora de existir
- Todos vao ter que ouvir
- Viemos reinvindicar nossas necessidades
- Queremos nossas verdadeiras vontades
- Queremos prata e igualdade
- Queremos acordar mais tarde

Mas suas vozes
Nao se ouviam
E vieram de tao longe
E ja ja partiriam
Alugaram transporte
Fizeram comida
Alguns choraram na partida
Outros pensaram que nunca mais voltariam
E agora, no relento
Da noite escura adentro
A manifestacao se dissolvia

O onibus liga o motor
E cada um tem uma incrivel historia pra contar

Foi o melhor dia de suas vidas
Uma vitoria sem medidas

E o onibus quase sumia
Pronto, ja se foi…