terça-feira, 2 de dezembro de 2008

EU. EU EU...

Acordo
De olhos fechados
Costurados
Pelo mau humor da minha cidade grande interior

Tomo meu cafe
Rezo
Saio
Fecho a porta
Eh engracado ter q fechar a porta pra sair
Abrir pra fechar
Abrir e fechar
Parece coracao

Mundo quente aqui no Rio
As pessoas gritam
Correm
Socorrem
Nascem
Morrem

e se esquecem...

... o normal de sempre

Aqui eh assim
Acho que nao eh ilusao
Se fosse criaria uma outra visao
Talvez ate possa
.. posso
uma doce ilusao
vou criar um laguinho verde pra morar

No cavalo de lata
no boi de ferro
Vai meu coche dourado
atropelando horarios
comendo agendas
ganhando migalhas
meu cofre de boi de ferro
Nao descansa nem no feno

Na caixa em que passo o meu dia
Sinto certa alegria
Sinto q posso ver o sol fatiado
Por persianas dentarias
Cilios da minha catarata
Pelo menos tenho amigos
Temporarios amigos
Desse amor tao perecivel
E sincero
Que eh o trabalhar pra nao morrer de fome

Volto..

Pra entrar eu tenho q abrir
e fechar
E vejo no sofa minha madona pura
Linda
Fragil
Barro fragil
Em que eu aparo com o amor
E tento levantar nessa procissão
Em que nos envolvemos quando nos tornamos parentes

Tem tambem meu coracao canino
Que lambe meus dedos
E lambuza meu sorriso com devocao

Fora isso ando meio sozinho ultimamente
Mas nao me importo
Deixa assim por enquanto
Deixa essa cidade me fazer companhia
Esse cafe da manha conversar comigo
O boi de lata me encher o saco
Os amigos temporarios morarem pra sempre no meu dia

Vou me distraindo nas mini coisas rapidas do dia
Fazendo delas novas amizades
Proseando com elas
Postes e placas sao amigos organizadinhos
Garrafas amigos de farra

Outro dia ate fiquei conversando com minha imagem refletida numa poca dagua
Depois pisei na cara desse novo amigo
Pra nao me machucar mais

E assim vou levando minha realidade
Como se fosse um sonho, uma outra vida